Assim como Millôr Fernandes, recrie ou crie uma nova fábula. Abaixo, há mais um exemplo de fábula para você se situar.
O sapo e o boi
Há muito, muito tempo existiu um boi imponente. Um dia o boi estava dando seu passeio da tarde quando um pobre sapo todo mal vestido olhou para ele e ficou maravilhado. Cheio de inveja daquele boi que parecia o dono do mundo, o sapo chamou os amigos.– Olhem só o tamanho do sujeito! Até que ele é elegante, mas grande coisa; se eu quisesse também era.
Dizendo isso o sapo começou a estufar a barriga e em pouco tempo já estava com o dobro do seu tamanho normal.
– Já estou grande que nem ele? – perguntou aos outros sapos.
– Não, ainda está longe!- responderam os amigos.
O sapo se estufou mais um pouco e repetiu a pergunta.
– Não – disseram de novo os outros sapos -, e é melhor você parar com isso porque senão vai acabar se machucando.
Mas era tanta vontade do sapo de imitar o boi que ele continuou se estufando, estufando, estufando – até estourar.
Moral: Seja sempre você mesmo.
Siga estas instruções:
- Os personagens podem ser os mesmos na sua história, ou podem mudar, você escolhe. Os fabulistas normalmente escolhem animais como personagens porque eles apresentam certas características humanas. A formiga, por exemplo, é trabalhadeira, organizada; a raposa esperta, inteligente; o cão fiel, amigo, protetor; a cobra, astuta, perigosa; o corvo agourento; o leão vaidoso; o cordeiro ingênuo, inocente.
- Caracterize os personagens de forma simples: astuto, frágil, inteligente, lento, forte, perigoso, feroz, desconfiado, esperto, traiçoeiro, etc.
- Lembre-se que a fábula é uma narrativa curta. Se quiser, pode fazer em forma de diálogo. A linguagem empregada deve ser de acordo com a variedade padrão da língua.
- Como na fábula tempo e lugar são imprecisos, procure iniciar seu texto de maneira direta, isto é, com os personagens em plena ação. Lembre-se de que sua história deve transmitir um ensinamento.
- No final, escreva a moral da história, adaptada à nova situação, e dê um título à sua fábula. Para isso, você pode utilizar PROVÉRBIOS (frase de origem popular que, de maneira bastante resumida, expressa uma verdade para um determinado número de pessoas). Eis alguns provérbios:
- O que os olhos não veem o coração não sente.
- Quem ama o feio, bonito lhe parece.
- O seguro morreu de velho.
- A gentileza é mais poderosa do que a força.
- O rio aumenta é com água suja.
- Saber não ocupa lugar.
- Filho de peixe, peixinho é.
Leia, a seguir, outros provérbios e a sua “atualização”:
- Quem fala muito dá bom dia a cavalo.
Quem é educado dá bom dia a pé e a cavalo.
- A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
A corda sempre arrebenta do lado do contribuinte.
- Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Precavida, já não confere ferro para não ser ferida.
- Quem dá aos pobres empresta a Deus.
Quem dá aos pobres diz adeus.
- Errar é humano, admitir o erro é divino.
Errar é humano, persistir no erro é burrice.