terça-feira, 8 de março de 2011

CONTEÚDOS DO 1º ANO ENSINO MÉDIO

1. Leitura e Interpretação: 
  1. Prática de leitura de diferentes tipos de gêneros textuais e compreensão crítica destes.
  2. A relação entre as partes do texto identificando tema e sua delimitação.
  3. Diferenciar Paráfrase de Paródia.
 2. Gramática:
  1. Relacionar a fala e a escrita através do estudo da fonética;
  2. Das convenções ortográficas: da ortografia;
  3. Da acentuação; 
  4. Adicionando o conhecimento da Significação das palavras (Semântica) e,
  5. Também, da Morfologia - processo de Formação de Palavras (radicais (gregos, latinos), desinências, afixos(prefixos e sufixos))

3. Produção Textual:
  1. textos narrativos e descritivos, identificando características típicas da narrativa(conflito, cenário, etc.)
  2. Discurso e organização textual.
  3. Textos lúdicos, literários, poemas, crônicas, contos...
  4. Textos Humorísticos, anedotas, histórias em Quadrinhos.
  5. Textos folclóricos, fábulas, lendas, parlendas.
  6. Textos Informativos, persuasivos, notícia, reportagem, editorial, relato, publicitário.

REDAÇÃO - CUIDADOS COM A MENSAGEM


REDAÇÃO PARTE I

Compadre José e o compadre João estavam campereando a cavalo. Lá pelas tantas, o compadre José disse para o João que tinha uma novidade na fazenda - tinha instalado uma piscina lá no meio das gramas, atrás da casa e convidou, de pronto, o compadre para tomar banho nela.
Ao findar da lida, João saiu troteando em disparada, ganhou a estrada e sumiu de vista.
Quando José chegou na fazenda, apeou do cavalo, olhou para a piscina e qual foi sua surpresa ao ver o compadre João tomando banho... na piscina ... com uma bucha vegetal e sabão de pedra. Exclamou para João:
- Mas bah, tchê!!!! O que estás fazendo?!!!!
João olhou para José sem entender o porquê do espanto e respondeu-lhe:
- Ué?! O compadre não disse que eu podia tomar banho na sua piscina?! ...

Para criar humor da história, explorou-se uma questão de linguagem que nos importa discutir: uma mensagem que  "fracassa" . No caso, a personagem que está dentro da piscina certamente não entendeu a sugestão de seu interlocutor, interpretou-a de maneira inadequada.
 
Nem sempre, contudo, a mensagem falha por culpa do receptor. Veja outro exemplo:

A origem da nossa pindaíba
Na reportagem "O poder da palavra" (29 de agosto), sobre a chegada do dicionário Houaiss às livrarias, Veja publicou uma lista de termos que se tornaram verbetes desse e de outros dicionários. Nessa relação foi incluída a palavra pindaíba ("estar na" miséria), cuja origem, segundo Veja, o Houaiss atribuiria ao dialeto africano quimbundo: mbinda (miséria) mais uaíba (feia). [ ... ] " [ ... ] O Dicionário Etimológico, de Antônio Geraldo da Cunha, também registra a origem tupi da palavra: pi'ná (anzol) mais iua (haste). E descreveu seu significado como planta da família das anonáceas. Qual seria a verdadeira origem da nossa pindaíba?" Os leitores têm razão em levantar a dúvida, mas o dicionário Houaiss contempla todas as observações feitas por eles. Registra a versão de origem indígena e a de origem africana da palavra. Veja é que, por uma questão de espaço, destacou apenas a origem africana.
                                                                      Revista Veja. São Paulo, Abril, 3 de novembro de 2001.

Como se vê, o questionamento de receptores foi determinado por uma escolha do emissor de não apresentar uma informação completa. 

Na maioria das vezes, empregamos apenas a linguagem verbal nos textos que produzimos. Por que uma mensagem, então, "fracassa"? Não se podem listar todas as interferências que determinam uma interpretação indadequada; a "culpa" pode ser tando do emissor quanto do receptor. Por isso, é preciso elaborar as mensagens com cuidado para que não ocorram desvios de sentido.

Ao longo do Primeiro ano do Ensino Médio, destacaremos cuidados que devem ser observados na elaboração de textos. Nesta conversa inicial, listaremos três.

1º. Apresentação do Texto
  • Respeito às margens do papel (não escrever aquém ou além da linha).
  • Emprego de parágrafo (afastamento da margem e maiúscula no início de cada parágrafo).
  • Letra legível (quanto ao desenho, quanto ao tamanho, quanto ao tipo de caneta utilizado ou à cor do lápis).
  • Limpeza (ausência de borrões, rabiscos, manchas).
2º.  Adequação da linguagem ao  receptor
Quando tentamos nos comunicar, é preciso considerar a pessoa a quem nos dirigimos. Esse conhecimento pode determinar, entre outras questões, o nível de linguagem a ser empregado.
   Exemplos: um adulto escolherá o vocabulário e usará frases mais simples se estiver explicando algo a uma criança de pouca idade; um jovem deveria evitar gírias de seu grupo se quisesse ser entendido por uma pessoa idosa.

A questão "adequação de linguagem", entretanto, não se limita a problemas de idade entre os interlocutores. A intimidade ou o distanciamento, às vezes até mesmo o assunto, determinam a maneira como a linguagem deve ser empregada.

3º. Adequação da linguagem ao tipo de texto
  O texto que se produz é determinante também da linguagem a ser empregada.

Exemplos: um e-mail é, via de regra, educado, porém informal; uma prova exige correção, clareza, certa formalidade; as falas de personagens de histórias em quadrinhos variam em função das características dessas personagens; diante de um juiz, um advogado tentará ser correto, claro, e empregará a linguagem característica do direito, para se fazer entender.

Resgate - Deve-se cuidar da apresentação do texto e da adequação da linguagem para evitar falhas na comunicação.

USO CRIATIVO DA LÍNGUA

RESGATE - A língua é um código que exige aprendizagem e obediência a várias regras. Pode ser usada com criatividade, e muitas vezes a compreensão de um texto está ligada à identificação desse uso criativo.

ATIVIDADE TREINO:

Leia com atenção o texto e responda às questões de 1 a 3.

A luva

   A luva é uma sociedade secreta que nos ajuda a esconder a mão.
   A luva, ser volúvel, solúvel. Chove na luva. Neva na luva. Descalçar o sapato-da-mão: a luva. As luvas de Luísa. As luvas da lua. As loas da luva. A luva lava a mão. Uma luva lava outra. Uma mulher lava outra. A mentira deslavada, com luva. A verdade lavada, inconsútil. O homem é um ser lavável, levável, louvável, luvável.
  Murilo Mendes. Poesia completa e prosa. by Maria da Saudade Cortesão Mendes. Rio de Janeiro,  Nova Aguilar.

Vocabulário - loa: elogio.        inconsútil: inteiriço, sem costuras.

1. Na construção desse texto, Murilo Mendes explorou estilisticamente vários aspectos da língua. Que recursos sonoros foram explorados? Cite exemplos do texto.


2. Na estrutura da frase "A luva, ser volúvel", a ausência do verbo é indicada pela vírgula. Reelabore-a introduzindo o verbo pressuposto.


3. O sentido do provérbio "Uma mão lava outra", ou seja, os iguais devem colaborar entre si, é reelaborado no texto.
a. Transcreva essa reelaboração.

b. Explique o sentido de "A luva lava a mão"  e da reelaboração identificada no item a.


4. (ITA/SP) Leia os dois enunciados abaixo.

a. "A Sadia descobriu o jeitinho italiano."
          (Propaganda da Sadia, fabricante de alimentos, para as massas prontas congeladas.)
b. "Queremos mostrar que o Brasil tem jeito."
             ( Pronunciamento de um político em propaganda televisiva levada ao ar em julho/1999.)
                          
   Por que não é possível a substituição de jeitinho por jeito e vice-versa nos enunciados?



5. (ITA/SP) Indique o provérbio que apresenta construção sintática semelhante a: De mau corvo, mau ovo.

a. Em boca fechada, não entra mosca.
b. Palavra não quebra osso.
c. Não confies em casa velha, nem tampouco em amigo novo.
d. Longe dos olhos, longe do coração.
e. Quem vê cara, não vê coração.